Exercício foi desenvolvido junto às Organizações da
Sociedade Civil durante 19º Encontro Formativo promovido pelo Projeto
Camaragibe Melhor
O Projeto Camaragibe Melhor
realizou, nesta quarta-feira (18), seu 19º Encontro Formativo. Durante a
iniciativa, os representantes das organizações da sociedade civil e parceiros
municipal e estadual discutiram o tema “O
Urbano e a Segurança nas Cidades” no auditório da prefeitura municipal. O
Encontro Formativo contou com a participação da arquiteta e urbanista do
Projeto, Adriana Gouveia, e da também arquiteta e coordenadora de projetos da
ONG Rede Interação em Recife, Lúcia Siqueira.
Para Adriana Gouveia, a discussão
sobre o tema é de grande importância para o município de Camaragibe, que está
inserido no cenário nacional onde mais da metade da população é urbana, ou
seja, vive nos grandes centros metropolitanos como o município. São inúmeros os
problemas decorrentes de um crescimento acelerado e sem planejamento. “A realidade atual de falta de planejamento nos estimula à organização
coletiva para resolução de problemáticas prioritárias”, defendeu Gouveia.
Os representantes da sociedade
civil e os técnicos municipais que participaram concordam que o município vive
um contexto de conflitos e de problemas no oferecimento de serviços públicos
urbanos e oferta de infraestrutura adequada na cidade. A falta de fiscalização em relação às moradias
irregulares, a ausência de saneamento básico, a falta de segurança, a iluminação
precária e a falta de investimento na manutenção dos espaços públicos recebeu a
maior quantidade de queixas durante o Encontro Formativo.
Além disso, ficou claro também
que o envolvimento entre e o município e a população devem prevalecer para que
o conhecimento da realidade e a solução dos problemas se dê de forma
participativa, conforme a tradição do município, e respeitando, inclusive o
princípio das politicas atuais que preveem a participação popular na gestão das cidades. Para os participantes
da oficina, a gestão municipal pode e deve contar com o apoio da população.
Em sua exposição sobre a violência
nas cidades, a arquiteta Lúcia Siqueira ressaltou a importância de tratarmos o
tema da segurança deixando de lado o tema violência. “O foco aqui deve ser
preventivo e muito mais construtivo, onde todos temos o papel de ampliarmos a
sensação de segurança”, explicou. Lúcia esclareceu ainda que tanto as entidades
e a sociedade como um todo podem se organizar e contribuir efetivamente para a prevenção
de possíveis situações de risco.
A vigilância natural, as
patrulhas, o policiamento, a iluminação, as câmeras e até os vizinhos podem
ajudar a promover uma sensação e o sentimento de segurança no município.
Siqueira ensinou como as associações podem promover uma caminhada exploratória,
construir mapas de iluminação e de inseguranças e fazer dessas mobilizações um
instrumento para promover o bem-estar na comunidade.
Como exercício, os participantes
do Encontro construíram um mapa de iluminação e de insegurança do bairro de Santa
Mônica e, ao final da atividade, o presidente da Associação de defesa de Santa
Mônica, o senhor José Paulo da Silva, entregou o mapa construído coletivamente
para o representante da guarda municipal da Prefeitura de Camaragibe que deve
trabalhar com o instrumento. “A utilização do mapa deve continuar e deve buscar
respostas sobre os motivos que geram a insegurança e explorar as possíveis
soluções para esse local”, explicou Siqueira. A moradora Maria do Carmo
Ferreira da Silva sugeriu ainda a criação de um mural de solicitações para que
todas as pessoas pudessem compartilhar com os órgãos públicos as demandas de
uma determinada região.
O encontro foi muito elogiado
pela dinâmica participativa. “As lideranças participantes levaram os mapas de
suas regiões para junto às suas comunidades realizarem a prática apreendida no
Encontro formativo, trazendo posteriormente um retorno deste aprendizado para
nosso próximo encontro”, afirmou a facilitadora Adriana Gouveia.
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